Armadilha inovadora contra o Aedes aegypti passa por testes em Marília

Cidade é a única do estado a participar de projeto que criou um dispositivo no qual o próprio inseto leva o veneno para os criadouros de difícil acesso. Neste ano, 41 marilienses já pegaram a doença.
Armadilha contra mosquito da dengue passa por testes em Marília (Foto: Reprodução/TV TEM)
A cidade de Marília (SP) está participando de uma pesquisa inédita no país para tentar eliminar o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, vírus da zika e chikungunya. Pelo projeto, pesquisadores tentam criar uma armadilha na qual o próprio mosquito se encarrega de espalhar o veneno nos criadouros de difícil acesso, prejudicando sua reprodução.
O projeto inovador, desenvolvido em parceria pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), é testado em seis cidades do país e Marília é a única no estado de São Paulo que está participando da iniciativa.

A preocupação com a doença fez pesquisadores buscarem alternativas na luta contra o mosquito. Somente neste ano, em todo o estado de São Paulo, mais de 4,7 mil pessoas foram diagnosticadas com a dengue. Em Marília, já são 41 registros da doença em 2017.
"Conforme a gente vai eliminando os criadouros visíveis, os mosquitos vão procurando os mais difíceis e com isso ele consegue manter a população em um nível alto", admite Rafael Colombo Filho, supervisor do Setor de Zoonoses de Marília.
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Por isso, a ideia de usar o próprio mosquito para levar o veneno aos locais com água parada e de difícil acesso veio em boa hora. Isso só é possível com a instalação das armadilhas desenvolvidas no projeto.
A armadilha é bem simples, formada por um balde com água forrado com um tecido preto. A grande aposta é no larvicida aplicado em volta de todo o tecido.
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O produto Pyriproxyfen, já utilizado em todo o país para eliminar o Aedes aegipty, é um inibidor de crescimento que prejudica o crescimento das larvas. A aposta dos pesquisadores é que os próprios mosquitos levem esse larvicida a criatórios inacessíveis.
A bióloga peruana Elvira Zamora Perea, da Fiocruz da Amazônia, é uma das pesquisadoras que lidera o estudo. Ela conta que com o veneno a população de mosquitos diminui bastante, já que os ovos infectados não se desenvolvem.
De acordo com a Fiocruz, em até dois anos a expectativa é que as armadilhas possam diminuir em até 80% a população de mosquitos. Nesta fase do projeto, 2 mil casas receberam as armadilhas montadas pelos agentes de saúde da cidade.
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