Café mortal? Marcas recolhidas têm substância ligada a câncer e falência renal

Marcas populares usavam cascas e resíduos como se fossem café puro; autoridades recomendam suspensão imediata do consumo
Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou o recolhimento imediato de produtos de três marcas de pó para preparo de bebida sabor café, após a confirmação da presença de uma toxina associada a sérios riscos à saúde, incluindo lesões renais e possível relação com câncer.
Os produtos das marcas Melissa, Pingo Preto e Oficial foram considerados impróprios para o consumo humano devido à contaminação química por ocratoxina A, substância tóxica produzida por fungos que se proliferam em grãos e cereais mal armazenados.
Além da contaminação, análises laboratoriais constataram que os rótulos continham informações enganosas, apresentando resíduos e cascas de café como se fossem "polpa" ou "café torrado e moído", o que configura fraude na rotulagem.
A ocratoxina A é conhecida por provocar danos aos rins e ao fígado e, segundo a Enciclopédia de Microbiologia de Alimentos, existem evidências científicas que relacionam a substância ao aumento do risco de câncer em animais, especialmente tumores esofágicos.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) também emitiu alerta à população, recomendando a suspensão imediata do consumo dos produtos afetados. Os consumidores são incentivados a exercer seus direitos conforme prevê o Código de Defesa do Consumidor.
Recomendações dos especialistas para evitar riscos:
- Verifique sempre a marca e a procedência do café adquirido;
- Desconfie de preços muito abaixo do mercado;
- Denuncie irregularidades aos canais da Anvisa ou do Procon;
- Exija troca ou reembolso em caso de produto adulterado.
DIÁRIO DE SÃO PAULO - William Oliveira Publicado em 08/06/2025