Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, revelou sua decisão de se afastar do cargo de deputado federal e se estabelecer nos Estados Unidos. Em um vídeo publicado nas redes sociais, Eduardo expressou que está enfrentando perseguições políticas e a ameaça de prisão, alegando que tal situação é uma iniciativa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). "Se Alexandre de Moraes deseja apreender meu passaporte ou até mesmo me prender para silenciar minhas denúncias sobre seus atos nos EUA, então é aqui que vou permanecer e intensificar meu trabalho. Estou abdico temporariamente do meu mandato e me licencio sem remuneração para dedicar-me integralmente à busca por sanções contra os violadores dos direitos humanos", declarou.

O deputado também mencionou que sua permanência em solo americano será direcionada à defesa da anistia e destacou que só retornará ao Brasil após a punição de Moraes por supostos abusos de autoridade. A decisão inesperada de Eduardo causou surpresa entre a liderança do Partido Liberal (PL) na Câmara, que não antecipava tal mudança em sua trajetória política. Para ocupar o seu lugar na Comissão de Relações Exteriores, foi indicado Luciano Zucco, também membro do PL, conforme anunciado pelo próprio Eduardo.

Ainda no vídeo, Eduardo Bolsonaro enfatizou que sua posição como deputado facilitava o acesso a contatos internacionais relevantes. Ele também revelou que já se encontrava nos Estados Unidos quando membros do Partido dos Trabalhadores (PT) solicitaram a apreensão de seu passaporte. A movimentação no PL na Câmara é relevante, visto que o partido possui direito a ocupar duas comissões importantes, incluindo a Comissão de Credenciamento, enquanto o PT demonstrou interesse em integrar esta mesma comissão.

DIÁRIO DE SÃO PAULO - Por Gabriela Thier - Publicado em 18/03/2025, às 15h50