Filme alucinante com Tom Cruise e Rebecca Ferguson na Netflix vai fazer seu coração sair pela boca
“Mission: Impossible — Dead Reckoning Part One” emerge como uma sinfonia de adrenalina, dirigida por Christopher McQuarrie.
Neste sétimo capítulo da icônica franquia, o cineasta mistura magistralmente sequências de perseguição eletrizantes com momentos de humor genuíno, enquanto um romance não resolvido paira entre os protagonistas — um vínculo moldado tanto pela atração física quanto pela cumplicidade, mas incapaz de transformar-se em algo duradouro, já que ambos representam lados distintos de uma mesma moeda.
A série, criada por Bruce Geller e transmitida entre 1966 e 1973, parece determinada a desafiar qualquer fim previsível, recusando-se a encerrar a história apenas porque seu protagonista atinge a maturidade. Especula-se que, após a aposentadoria inevitável de Ethan Hunt, Glen Powell, que impressionou em “Top Gun: Maverick” (2022), poderia ser o sucessor ideal para o papel, dando continuidade a uma tradição de aventuras que não surgiram por acaso.
Na obra de Kosinski, Powell e Cruise dividem a tela com uma disputa que cativa o público — uma competição em que o mais jovem tem a vantagem visível. Contudo, substituir Cruise, cuja associação com o personagem Hunt data do longa de Brian De Palma em 1996, será um desafio emocional para o público. Afinal, o ator consolidou sua figura como um pilar da franquia.
O roteiro de McQuarrie e Erik Jendresen lança Hunt em uma jornada repleta de dilemas existenciais típicos de alguém que beira os 60 anos. A câmera, com seus closes impactantes, não disfarça a passagem do tempo, ressaltando a maturidade de Hunt. A abordagem dos roteiristas, com nuances poéticas e um tom crítico, remete aos primeiros anos do personagem sob a direção de De Palma, evocando uma reflexão sobre a exaustão do espião diante de sua profissão repetitiva e extenuante.
Personagens como Eugene Kittridge, novamente interpretado por Henry Czerny, ilustram que o mundo ao redor de Hunt mudou irreversivelmente. Em uma cena particularmente tensa, o cinismo entre eles revela verdades incômodas, pavimentando o caminho para o segundo ato. É nesse momento que Hunt compreende a nova demanda do governo: recuperar um artefato de inteligência artificial capaz de acionar uma bomba de fissão nuclear, cuja chave está dividida em duas partes — uma delas prestes a ser negociada no mercado clandestino.
A urgência leva Hunt a mobilizar sua equipe, com Benji Dunn (Simon Pegg) e Luther Stickell (Ving Rhames) assumindo seus papéis característicos e garantindo que a trama, repleta de elementos complexos, continue acessível. Enquanto isso, novos e intrigantes personagens entram em cena, como Grace, uma habilidosa ladra interpretada por Hayley Atwell, e Alanna Mitsopolis, vivida por Vanessa Kirby, cuja relação com Hunt permanece repleta de ambiguidades. E, claro, Ilsa Faust (Rebecca Ferguson) reaparece, revigorando a tensão romântica com encontros nas paisagens áridas entre a Arábia Saudita e o Iêmen.
As quase três horas de exibição oferecem uma experiência dinâmica, conduzindo Hunt por uma série de locações globais que dão vida à narrativa e deixam um gosto de satisfação e expectativa pelo que está por vir. Em menos de um ano, a continuação, “Mission: Impossible — Dead Reckoning Part Two”, promete chegar às telas em 23 de maio de 2025, talvez marcando a despedida de Cruise em um clímax que combina ação, paixão e um toque de loucura que os fãs tanto aguardam.