O deputado federal Gilvan da Federal, representante do Partido Liberal (PL) no Espírito Santo, enfrentou a suspensão de seu mandato por um período de três meses. A decisão foi formalizada nesta quarta-feira (7), pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, que aprovou a punição com um total de 15 votos favoráveis e quatro contrários.

Essa medida decorre de comentários desrespeitosos feitos pelo deputado durante uma reunião da Comissão de Segurança Pública, realizada em 29 de abril, onde se referiu à deputada licenciada Gleisi Hoffmannde maneira depreciativa, se referindo a ela como uma "prostituta do caramba".

O relator do caso, deputado Ricardo Maia do MDB da Bahia, enfatizou que as condutas do parlamentar não estão alinhadas com o decoro necessário para o exercício do cargo. Maia argumentou que "os fatos vão além de uma simples divergência política ou de um embate retórico acalorado". Ele acrescentou que as manifestações ultrapassaram os limites da liberdade de expressão, caracterizando ataques pessoais e desqualificações morais que ferem a dignidade das autoridades envolvidas e comprometem os princípios institucionais da Câmara dos Deputados.

Após a deliberação do Conselho, a suspensão será submetida à mesa diretora da Câmara, que determinará a data em que o afastamento terá início. Em sua defesa, Gilvan da Federal contestou o processo ao alegar que era improcedente, sustentando que as acusações eram baseadas apenas em indícios e careciam de provas substanciais para comprovar qualquer quebra de decoro.

Esse não é um incidente isolado na trajetória política do deputado. Gilvan já esteve no centro de outras controvérsias, incluindo declarações polêmicas em que expressou desejos de morte ao presidente Lula. Tal comportamento levou a Advocacia-Geral da União a buscar ações contra ele, refletindo um padrão preocupante de declarações que provocam reações negativas na esfera pública.

DIÁRIO DE SÃO PAULO - Gabriela Thier Publicado em 07/05/2025, às 15h57