Operação investiga grupo criminoso suspeito de desviar R$ 1,4 bilhão de cofres públicos
Ação resultou no afastamento de oito servidores públicos, e a Justiça determinou o sequestro de R$ 162.379.373,30, valor obtido ilegalmente pela organização
Nesta terça-feira (10), uma grande operação foi deflagrada por uma força-tarefa composta pela Polícia Federal (PF), o Ministério Público Federal, a Receita Federal do Brasil e a Controladoria-Geral da União. O objetivo foi desarticular uma organização criminosa suspeita de atuar em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.
A operação resultou no afastamento de oito servidores públicos, e a Justiça determinou o sequestro de R$ 162.379.373,30, valor obtido ilegalmente pela organização criminosa por meio dos delitos investigados. Além disso, foram apreendidos bens de alto valor, como aeronaves, imóveis luxuosos, barcos e veículos de luxo.
Segundo as investigações, o grupo criminoso desviou recursos públicos destinados a emendas parlamentares e convênios. O esquema envolvia superfaturamento de obras e o desvio de recursos para empresas e pessoas ligadas a administrações municipais. A estimativa é que o grupo tenha movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão, sendo R$ 825 milhões provenientes de contratos com órgãos públicos apenas em 2024.
O principal alvo da organização foi o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), especialmente a Coordenadoria Estadual da Bahia (CEST-BA), além de outros órgãos públicos em diversos estados do Brasil.
A operação resultou na emissão de 17 mandados de prisão preventiva, 43 mandados de busca e apreensão e ordens de sequestro de bens nos estados da Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Além das ações no Brasil, a operação contou com a colaboração internacional da Agência Americana de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations).
DIÁRIO DE SÃO PAULO - William Oliveira Publicado em 10/12/2024