O número de mortes causadas pela influenza na cidade de São Paulo mais que dobrou neste ano em comparação ao mesmo período de 2023. Enquanto no primeiro semestre do ano passado foram registradas 91 mortes, em 2024 o total saltou para 256. O crescimento preocupa as autoridades de saúde, especialmente diante da baixa cobertura vacinal nos grupos de risco.

A meta de imunização estabelecida é de 90%, porém até o momento apenas 47,31% do público prioritário recebeu a vacina contra a gripe. Entre esses grupos estão pessoas com mais de 60 anos, crianças de 6 meses a 6 anos, gestantes e outros considerados mais vulneráveis.

Além das mortes, o número de casos da doença também aumentou significativamente. Foram contabilizados 2.149 registros da gripe nos primeiros seis meses de 2024, praticamente o dobro em relação aos 1.173 casos registrados no mesmo período do ano passado.

O cenário no estado de São Paulo também é alarmante. Mais de 36 mil casos graves de doenças respiratórias foram notificados, resultando em 3.124 mortes e mais de 10 mil internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Crianças entre 1 e 4 anos representam a maior parte dos casos graves.

Novas estratégias visam conter avanço do vírus

Diante do aumento de casos e mortes por gripe, a Secretaria Municipal da Saúde intensificou as estratégias para ampliar a cobertura vacinal na capital. Entre as ações adotadas estão a abertura de Unidades Básicas de Saúde (UBSs) aos sábados, por meio do chamado ‘Dia D’, para facilitar o acesso da população às doses.

Outra medida é a emissão de comprovantes de vacinação atualizados para crianças em idade escolar, permitindo um controle mais efetivo da imunização e reforçando a importância da vacina como principal forma de proteção contra o avanço da influenza.

De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, a vacina contra a gripe faz parte do calendário básico de vacinação do Ministério da Saúde, mas a aplicação das doses é responsabilidade dos municípios. O imunizante leva cerca de 15 dias para fazer efeito, o que torna urgente a imunização diante da chegada do inverno e do aumento das doenças respiratórias.

As autoridades de saúde reforçam a orientação à população de procurar as unidades de saúde para se imunizar, medida fundamental para reduzir complicações e conter o avanço das doenças respiratórias durante o inverno.

DIÁRIO DE SÃO PAULO - Lívia Gennari Publicado em 06/07/2025, às 20h57