O Ministério da Saúde confirmou a detecção de oito casos, em território nacional, da nova variante da Covid-19, chamada XFG. Seis pacientes foram diagnosticados com a cepa no Ceará e outros dois em São Paulo. Até o momento, não há registros de mortes associadas a essa linhagem, que já foi identificada em pelo menos 38 países ao redor do mundo.

A variante XFG caminha para se tornar a mais prevalente em escala global. No entanto, os dados disponíveis até agora indicam que ela não provoca sintomas mais graves ou maior número de mortes  do que outras variantes que já estão em circulação. Além disso, a proteção oferecida pelas vacinas contra a Covid-19 continua sendo eficaz contra essa cepa.

“Espera-se que as vacinas atualmente aprovadas continuem eficazes tanto contra casos sintomáticos quanto graves”, afirma a organização.

Classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma “variante sob monitoramento” (VUM), a XFG apresenta alterações genéticas relevantes que podem facilitar sua disseminação em comparação com outras linhagens. Mesmo assim, o impacto dessa variante na saúde pública ainda é incerto. Todas as variantes desse grupo descendem da Ômicron, que domina os casos de Covid-19 desde o fim de 2021. A XFG é a mais recente entre as sete variantes que a OMS acompanha de perto devido às suas características genéticas que sugerem maior capacidade de propagação.

Variante avança, mas risco permanece baixo

Em algumas regiões, a variante já é predominante. No Sudeste Asiático, ela representa a maioria dos casos analisados, enquanto nas Américas a presença da XFG saltou de 7,8% para 26,5% em poucas semanas, conforme relatórios da OMS. Apesar desse avanço, o risco global para a saúde pública permanece baixo.

No Brasil, a vacinação contra a Covid-19 faz parte do calendário nacional desde 2024 para gestantes, idosos e crianças, com doses de reforço recomendadas para grupos prioritários. Em 2025, o país já distribuiu mais de 14,2 milhões de doses.

Além disso, os casos de Covid-19 seguem em patamar baixo no Brasil. De acordo com painel do Ministério da Saúde, entre os dias 15 e 21 de junho, foram registrados 1,26 mil novos casos e 17 mortes, uma queda de 215% e 86%, respectivamente, em comparação com a mesma semana de 2024, quando foram confirmados 3,97 mil diagnósticos e 122 óbitos.

Sintomas atuais da Covid-19 

Com o avanço da pandemia, os sintomas clássicos da Covid-19 mudaram. Hoje, a doença se manifesta com sinais parecidos com os de uma gripe, como coriza, tosse, dores de cabeça e garganta. A febre, comum em gripes, é rara em casos leves da Covid.

Pessoas infectadas por variantes derivadas da linhagem JN.1 também relatam insônia, além de sensações de preocupação e ansiedade, que vêm se tornando sintomas frequentes.

As autoridades de saúde reforçam a importância da vacinação e da manutenção dos cuidados básicos, como a higiene das mãos e a atenção aos sintomas gripais. Embora o cenário atual seja de controle, a circulação de novas variantes exige vigilância constante para evitar possíveis impactos na saúde pública.

DIARIO DE SÃO PAULO - Publicado Lívia Gennari -